O glaucoma é uma das principais causas de cegueira nos adultos e estima-se que uma em cada sete pessoas cegas seja vítima de glaucoma.
Dependendo dos tipos de glaucoma, os mecanismos são diferentes. Resumidamente, o que se passa no glaucoma é uma perturbação da dinâmica dos fluidos intraoculares que se vão acumular e há um consequente aumento da pressão sobre as delicadas células nervosas que são a base da nossa visão. Essa pressão, se não corrigida atempadamente, determina a morte dessas células com perda gradual da visão. Existem fatores de natureza vascular também associados à presença de glaucoma, por vezes mesmo com pressões intraoculares normais. Daí que seja importante uma avaliação regular, mesmo na ausência de queixas.
Alguns dos fatores de risco já identificados são a existência de uma história familiar de glaucoma, a miopia, a hipertensão arterial e a diabetes.
Existem duas formas principais de glaucoma, a aguda e a crónica. A forma aguda de glaucoma manifesta-se subitamente causando visão enevoada, vermelhidão e dores intensas nos olhos e à volta deles. A forma crónica, mais comum, progride mais lentamente e não é dolorosa. As pessoas afetadas são apenas vagamente incomodadas pelos sintomas, que são transitórios, e por isso adiam a consulta ao médico oftalmologista.
A pressão intraocular acima do normal determina uma destruição das finas e delicadas fibras nervosas que formam o nervo ótico. Uma vez que é este nervo que transmite as mensagens visuais dos olhos para o cérebro, a sua saúde é essencial para uma boa visão. Sob uma pressão intraocular elevada e prolongada, o nervo ótico deteriora-se e o campo visual do doente vai-se tornando gradualmente mais reduzido.
O diagnóstico decorre no âmbito da consulta de Oftalmologia, onde a sua visão é avaliada, a pressão intraocular medida e os seus olhos devidamente observados, e sempre que o médico suspeitar da presença de glaucoma serão pedidos exames adicionais, que permitem confirmar o diagnóstico. Para que o tratamento seja plenamente eficaz, ele deve ser iniciado antes que ocorram lesões graves do nervo ótico. É por isto que um diagnóstico precoce pelo médico oftalmologista é fundamental, na maioria dos casos é tratada mediante a aplicação de um ou mais colírios que permitem controlar a pressão intraocular.
Não existe forma de prevenir o glaucoma. O que se pode prevenir com sucesso é a sua progressão para formas graves com compromisso da visão. Para tal, é essencial que o diagnóstico e o tratamento sejam precoces.
Na sua maioria as pessoas que padecem deste problema apresentam visão normal durante uma parte das suas vidas: o glaucoma raramente se manifesta antes dos 35 anos e a perda de visão ocorre geralmente entre os 40 e os 60 anos. Nestes casos a visão não pode ser recuperada e, por esse facto, o diagnóstico é extremamente importante e a chave para a prevenção desta doença.
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